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Crise da Meia-Idade e os Homens Millennials: Como Lidar com as Pressões do Mundo Moderno

  • flaviojrcontextuai
  • 22 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 27 de nov. de 2024

Escute o texto em áudio - narração Galvão Bueno




Psicólogo Flávio Júnior


Você já ouviu falar sobre a crise da meia-idade? Aquele momento da vida em que as pessoas começam a refletir sobre o que fizeram até aqui e o que ainda querem conquistar. Pois bem, para os homens da geração Millennials (nascidos entre 1981 e 1996), essa crise está chegando mais cedo e de um jeito bem diferente da geração dos seus pais e avós.

Por que isso acontece? Porque o mundo mudou — e mudou muito. Enquanto as gerações anteriores tinham objetivos mais definidos, como casar, ter filhos e comprar uma casa antes dos 40, os Millennials vivem em tempos de incertezas e transformações constantes. Essa realidade foi muito bem descrita pelo sociólogo Zygmunt Bauman, que chamou o mundo de hoje de "líquido", onde nada é fixo e tudo parece escorregar das nossas mãos.

Mas o que isso significa para quem está vivendo essa crise? Vamos explorar isso juntos de forma simples e prática.


O que é a crise da meia-idade para os Millennials?

Tradicionalmente, a crise da meia-idade acontecia entre os 40 e 50 anos, quando as pessoas percebiam que metade da vida já tinha passado. No entanto, os Millennials estão enfrentando essa crise por volta dos 30 ou 35 anos, e isso tem a ver com algumas características muito marcantes dessa geração:

  1. Pressão para ser bem-sucedido cedo: Redes sociais mostram histórias de sucesso e felicidade o tempo todo. Vemos pessoas viajando, comprando apartamentos e tendo carreiras incríveis — e, com isso, surge a comparação e a sensação de que estamos "ficando para trás".

  2. Insegurança financeira: Para muitos Millennials, comprar uma casa ou ter uma carreira estável parece um sonho distante. As crises econômicas e o custo de vida tornam esses objetivos mais difíceis.

  3. Mudança nos papéis de gênero: Muitos homens dessa geração estão repensando o que significa "ser homem". A ideia de que o homem deve ser o único provedor da casa já não faz tanto sentido, mas essa mudança também traz dúvidas e inseguranças sobre como se encaixar nos novos papéis.

  4. Vida adulta atrasada: Casar, ter filhos e "se estabilizar" costumava ser sinônimo de vida adulta. Hoje, esses marcos estão chegando cada vez mais tarde ou, em muitos casos, nem chegam. Isso faz muitos homens questionarem o próprio valor.


Como a crise impacta a mente e as emoções?

Essa crise pode trazer sentimentos de ansiedade, tristeza, estagnação e até uma sensação de vazio. Muitos homens relatam a vontade de "jogar tudo para o alto", mudar de carreira ou encontrar um propósito que pareça mais autêntico.

Na psicologia contextual, que inclui abordagens como a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), entendemos que esses sentimentos não precisam ser combatidos ou evitados. Na verdade, eles podem ser um sinal de que algo importante está acontecendo na sua vida — e que talvez seja hora de fazer ajustes.



O que você pode fazer para lidar com essa crise?

  1. Reveja seus valores: Muitas vezes, ficamos presos ao que a sociedade nos diz que é sucesso: ganhar dinheiro, ter um cargo alto, ser "o cara". Mas será que essas coisas realmente importam para você? Pare e reflita sobre o que é significativo na sua vida. Valores como liberdade, conexão com pessoas queridas ou criatividade podem guiar escolhas mais autênticas.

  2. Aceite seus sentimentos: A ACT nos ensina que emoções desconfortáveis, como ansiedade ou frustração, são parte da vida. Em vez de lutar contra esses sentimentos, tente acolhê-los e entender o que eles estão te dizendo. Pergunte-se: "O que esse sentimento me mostra sobre o que eu quero para mim?"

  3. Viva no presente: É comum se pegar preso no passado ("Eu deveria ter feito isso") ou preocupado com o futuro ("E se nada der certo?"). Práticas simples de mindfulness — como prestar atenção na sua respiração ou nas sensações do seu corpo — podem ajudar a voltar para o aqui e agora.

  4. Aja de acordo com seus valores: Depois de identificar o que realmente importa para você, é hora de agir. Pequenas mudanças, como reservar tempo para algo que você gosta ou se reconectar com amigos, podem fazer uma grande diferença.

  5. Busque apoio: Conversar com amigos, familiares ou mesmo procurar terapia pode ser muito útil. Um profissional pode te ajudar a enxergar caminhos e lidar com os desafios dessa fase com mais clareza e confiança.


Transformando a crise em oportunidade

A crise da meia-idade não precisa ser o fim de um capítulo; ela pode ser o começo de outro, ainda mais significativo. Assim como o mundo está em constante mudança, nós também estamos. Encarar essa fase como uma oportunidade para se reconectar com quem você realmente é pode trazer um novo fôlego para a vida.

Se você se identifica com essa crise, lembre-se: você não está sozinho. Muitos homens da sua geração estão passando pelo mesmo. O importante é dar o próximo passo, mesmo que ele seja pequeno. Afinal, como dizemos na ACT, "você não precisa esperar que as coisas estejam perfeitas para começar a agir".



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Flávio Júnior Soares de Oliveira

Especialista em Terapias Comportamentais Contextuais CEFI Porto Alegre-RS e CIPCO Córdoba na Argentina.

CRP 21º 02842


 
 
 

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