Você já percebeu que, enquanto tenta se concentrar em fazer uma coisa, outras parecem invadir sua mente? Você se encontra mandando mensagens para alguém enquanto está conversando com outra pessoa? Ao tentar fazer a lição de casa ou um trabalho, você se distrai com os pensamentos dos eventos que aconteceram na escola ou no trabalho naquele dia? Enquanto você ouve alguém contar uma história, sua mente se desvia para outras coisas?

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Quando essas coisas acontecem, chamamos de viver a vida com os olhos fechados.

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Estar atento é viver com os olhos bem abertos. É estar ciente das coisas que você está experimentando (com todos os cinco sentidos, incluindo impulsos) no momento presente, em vez de ser atraído pelo futuro ou pelo passado. É isso que chamamos de Mindfulness. 

 

Mindfulness significa manter o foco em uma coisa de cada vez. Significa treinar nossas mentes para focar apenas em uma coisa no momento e não para "realizar várias tarefas". É controlar a sua atenção.

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É também uma forma de estar atento à vida, de forma curiosa e participativa. É um resgate da nossa mente de principiante, a mente que tudo vê pela primeira vez. 

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Estar atento significa ter consciência. Isso significa ser capaz de acalmar nossas mentes para que possamos perceber o que está acontecendo dentro e fora de nós mesmos.

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Quando estamos atentos, podemos:

• Observar nossos pensamentos sem ser dominado por eles.

• Tomar decisões planejadas e evitar agir impulsivamente.

• Ser focados, apreciando e desfrutando de momentos divertidos.

• Sentir-se mais calmo e relaxado, mesmo em situações estressantes.

• Usar habilidades para nos ajudar a agir de maneira eficaz e nos sentir melhor.

• Estar atento pode aumentar a compaixão por si e pelos outros.

• Estar atento pode diminuir sua dor, tensão e estresse e, por sua vez, até melhorar sua saúde.

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Quando não temos consciência, nós:

• Não percebemos nossos pensamentos, o que significa que eles podem ficar esmagadores e aumentar a ansiedade, depressão ou raiva.

• É menos provável que pensemos em nossas decisões e, consequentemente, podemos agir impulsivamente.

• É mais provável que percamos a diversão porque estamos preocupados ou distraídos.

• Seremos mais impactados por situações estressantes.

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Assim como para qualquer outra atividade, você precisa praticar, praticar e praticar... para se tornar mais competente nela. Se você está apenas começando a se tornar um corredor, não esperamos que você corra 42 quilômetros de uma maratona amanhã. Não desanime por sua incapacidade de permanecer mais focado e mais consciente imediatamente. Leva tempo e é preciso prática.

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Como forma de demonstração, por um minuto, fique em uma posição confortável - sentado ou deitado - e observe a experiência de sua respiração entrando e saindo. Preste atenção na sensação de cada respiração que entra pelo nariz ou na boca e observe como seus pulmões se expandem como um balão. Então observe o que acontece quando você expira. Note como é para você soltar, liberar, deixar ir e não se apegar. Como foi a experiência para você? O que seus pensamentos dizem neste momento? Se eles dizem que "isto é muito difícil, não consigo fazer isto, ou, isto é muito chato", simplesmente, note estes pensamentos e deixe-os ir, como se eles fossem nuvens que se movem pelo céu. À medida que praticamos consistentemente, percebemos que o melhor mestre está dentro de nós. 

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Porém, um importante alerta é  preciso ser feito sobre o que não é Mindfulness:

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1. Não é deixar a mente em branco;

2. Não é buscar êxtase ou a iluminação;

3. Não é escapar da dor;

4. Não é suprimir ou fugir das emoções;

5. Não é uma técnica de controle de pensamentos;

6. Não é uma técnica de relaxamento;

7. Não é pensar positivamente;

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Mindfulness é abrir-se para o que está aqui e agora. E nem sempre o que está aqui e agora são emoções agradáveis. Às vezes, vamos estar tristes, ansiosos, cansados, irritados, e ainda assim podemos dar abertura para essas experiências. Mas por que? Porque todas elas são importantes. Por exemplo, conectar-se à tristeza de forma genuína nos faz perceber que há coisas ou pessoas importantes para nós que perdemos ou nos afastamos. Entrar em contato com essa dor nos faz lembrar daquilo que verdadeiramente importa em nossas vidas. O sofrimento ocorre quando nos desconectamos ou nos afastamos da vitalidade da nossa experiência e ficamos presos à nossa mente julgadora e avaliativa, algemados no passado remoído ou no futuro temido.

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Flávio Júnior Soares de Oliveira

CRP 21º 02842

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