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FAP - Psicoterapia Analítica Funcional

Consultor

A FAP, do inglês Functional Analytic Psychotherapy, é uma terapia contextual que enfatiza a importância das relações interpessoais em nossas vidas. O objetivo central da FAP é o trabalho com problemas interpessoais que impedem que o cliente tenha relações significativas.

A pesquisa atual sobre relações interpessoais indica que a solidão e/ou ausência de relacionamentos saudáveis tem um efeito sobre a mortalidade comparável ao tabagismo e o dobro do efeito da obesidade (Holt-Lunstad, Smith, & Layton, 2010). Em outras palavras, estima-se que “os impactos negativos na saúde de ter relações sociais pobres ou limitadas equivalem a fumar quinze cigarros por dia” (HOLMAN e cols., 2017, p. 15).

Diante disso, a conexão torna-se um elemento de fundamental importância para a construção de relações interpessoais saudáveis. A conexão flexível reúne três habilidades essenciais:

  1. A capacidade de compreender a perspectiva do outro,

  2. A empatia (a capacidade de sentir o que se sente nessa perspectiva) e,

  3. A aceitação (a disposição de experimentar os sentimentos que surgem quando se está nessa perspectiva).

 

Acrescento a esta tríade de habilidades a validação, que é a nossa capacidade de empatizar pelo sofrimento do outro e comunicar claramente que compreendemos sua perspectiva, ainda que por vezes não concordemos. Como afirmou Marsha Linehan (1993), na validação iremos buscar a sabedoria que existe por trás do outro faz, sente, pensa e reage.

Sendo assim, a FAP é um convite ao desenvolvimento de uma relação de intimidade e vulnerabilidade genuínas, entendendo intimidade como a possiblidade de compartilharmos nossos pensamentos e sentimentos de uma forma consciente, corajosa e amorosa.

 

A ideia central da FAP é que os comportamentos problemáticos da vida do paciente apareceram em sessão, às vezes com uma roupagem diferente, mas ainda assim com as mesmas funções. Imagine, por exemplo, que você tenha dificuldades em fazer pedidos de forma assertiva diante de suas necessidades legítimas. É natural que essa dificuldade apareça em sessão, e sua reação diante do terapeuta pode ser ficar calado e não comunicar o que você gostaria do seu terapeuta (p. ex., pedir mudança de horário da sessão), ou você pode pedir de uma forma exigente. O psicoterapeuta identificará esses padrões de ação e apresentará ao paciente um contexto seguro em que ele poderá fazer pedidos de uma forma efetiva. Este movimento corajoso, exige consciência do momento presente, das necessidades atuais e dos pensamentos e sentimentos. Além disso, exige que ampliemos nossa consciência para as necessidades do outro. Que desafio!!!

 

Um princípio que guiará toda a terapia é o entendimento de que “se você faz alguma coisa, há uma razão pela qual você faz isso: você aprendeu a se comportar dessa maneira em situações anteriores” (HOLMAN e cols., 2017). Você está fazendo o melhor que você pode dentro daquilo que você aprendeu e viveu. Então, um processo contínuo da FAP é o reconhecimento daquilo que estamos fazendo no momento presente e um convite para fazer diferente. O terapeuta será um parceiro ativo nesta viagem. Ambos sairão modificados!

Fonte: 

HOLMAN, G., e cols. Functional Analytic Psychotherapy Made Simple: A Practical Guide to Therapeutic Relationships. Oakland: The New Harbinger, 2017.

Reflexões
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